TÁ ESQUENTANDO...
“ta esquentando, não, esfriou, tá esfriando, tá esquentando, tá ficando quente, tá mais quente, tá pegando fogo...
assim era uma brincadeira que fazíamos quando criança, onde escondíamos alguma coisa ou pessoa e a outra saia a procura, ao passo que a cada passo que a pessoa dava em direção ao local que estava o premio ou a pessoa, nós gritávamos que estava esquentando.
Quando vamos crescendo diversas coisas e pessoas vão se escondendo e saindo da nossa vida . Até aí tudo normal, afinal dificilmente chegamos a fase adulta próximo as mesmas pessoas que estávamos quando criança.
Há algum tempo, não sei precisar exatamente faltava um sorriso na televisão e mesmo sem ser um telespectador assíduo de TV, é perceptível quando certas pessoas não estão no ar.
Quem não sente falta do quarteto mais fantástico da TV Brasileira, os trapalhões? Quem não gostaria de rever armação ilimitada, viva o gordo e tantos outros programas e artistas?
Tudo bem que crescemos, mas mesmo adultos temos a necessidade de sorrirmos, de por para fora a criança que temos dentro de nós e com isso independente de ser um programa, brincadeira ou pessoa que seja, contamos com algo ou alguém para nos alegrar!
Falta sentimos também de; BRASIL LEGAL, TV PIRATA, MUVUCA, “TINA TUNNER”, VEM COM TUDO e tantos outros programas e as participações de Regina Casé.
Descontraída, animada, dinâmica e desenvolta, pode não ser ou não se considerar a melhor apresentadora Brasileira, porém, ao sair da grade de programação, nos lança na grade da expectativa, ficamos por esperar sua volta e ao passo de algum sinal, todos gritamos: “tá esquentando!”
porém, durante alguns meses a mesma andou escondida, iniciando a brincadeira da vida real, sem sabermos por onde e como andava, nossas mentes davam passos largos em sua busca, um flash, uma aparição, uma entrevista, uma nota no jornal, se pudéssemos todos obter seu endereço, o cara lá de cima nos visse pelas ruas da cidade nos aproximando de seu endereço, também gritaria como um trovão; tá esquentando!” a frieza era total, se foi depressão, problema familiar, com um familiar, financeiro ou psicológico, por ganho ou perda, por falta ou excesso, não se sabe, o que sentimos foi falta, uma sensação de “tá ficando frio”, sem o calor peculiar, sem o sorriso aberto, nosso corações, seu coração se fechou.
Mas o que é a noite escura para quem nasceu da alegria? O que é a falta para quem tem estoque, o que é o excesso para quem sabe dividir?
A vida dura para uma Regina Casé é como alicerce para um futuro, a lágrima regando um sonho, o choro soando com um belo samba de cartola, que acalma, conforta, consola.
Ao som do bom e velho samba, com a esperteza de um malandro da lapa, equilíbrio de passista, se despindo de toda e qualquer máscara, ela surge como ancora de um programa, chegando ao fundo, mas do quintal, tendo revelação, exaltando a louca vontade maníaca de samba, sendo a menina marota, alegrando os nobres, belos, nogueiras, santoros, silvas, cunhas, carvalhos, lara, os marrons, brancos, azuis, amarelos a todos.
Fazendo hoje que ao passo da proximidade de uma sexta feira, todos nós gritemos: “tá esquentando”, no sábado: “tá pegando fogo!” e no domingo sim, podemos dizer em alto e bom som:
BATERIA ARREBENTA, TODO MUNDO COMENTA, COM A VOLTA DA REGINA CASÉ A TV BRASILEIRA DOMINGO ESQUENTA!”
por Luciano Pierre- PorTexto
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